Um olhar além da praça

A diversidade de espécies arbóreas da Praça Batista Campos (Belém/PA) é o tema do terceiro episódio da websérie “Os naturalistas do século XXI”, produzida pelo Museu Goeldi.


Agência Museu Goeldi – A biodiversidade pode estar até onde não percebemos. Espaços de lazer, como as praças, podem abrigar uma mostra variada de espécies animais e vegetais. Foi o que a estudante Mariana Galuppo Fonseca descobriu em 2008 na Praça Batista Campos, localizada no centro da cidade de Belém, capital do Pará, ao realizar uma pesquisa científica para o Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas. O estudo de Mariana, primeiro lugar na categoria ensino fundamental do Prêmio Márcio Ayres, é o tema do terceiro episódio da websérie “Os naturalistas do século XXI”, produzida pelo Móvel - Laboratório de Comunicação do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG.

O estudo na Praça Batista Campos surgiu das inquietações de Mariana, na época estudante da 8ª série do ensino fundamental: ela queria conhecer as árvores da praça e saber se aquelas espécies representavam a biodiversidade amazônica. No websode intitulado “Um olhar além – diversidade arbórea da Praça Batista Campos”, a jovem naturalista conta também a metodologia utilizada em sua pesquisa e os resultados obtidos.

Para responder a essas questões, ela dividiu a praça (que tem uma área de aproximadamente 33.000m²) em quatro quadrantes principais e realizou a catalogação das espécies (visto que muitas delas não possuíam identificação ou estavam com a placa de identificação avariada). Foram quantificadas 21 espécies, identificadas 20, sendo doze nativas da região amazônica e oito vindas de outras regiões, denominadas espécies exóticas.

Dentre as espécies nativas, destacam-se a Samaumeira (típica da várzea amazônica, que pode chegar a 50m de altura) e o Mogno, espécie ameaçada de extinção devido a extração da madeira.  Já nas espécies exóticas destaca-se o Pau-Brasil, árvore nativa da Mata Atlântica, símbolo do país e ameaçada de extinção. As árvores da praça são importantes para o clima do local e suas redondezas, para a sobrevivência de espécies animais e de outros vegetais. Clique aqui e confira as espécies arbóreas catalogadas por Mariana.
Voce pode assistir episódio no site do Prêmio Márcio Ayres, ou nas páginas institucionais do MPEG no Youtube e Facebook.

Estímulo à pesquisa - De acordo com Silvia Galuppo, mãe de Mariana, bióloga, orientadora e principal incetivadora da filha, a participação no Prêmio estimulou o senso crítico e a percepção da estudante, de modo que ela pôde compreender melhor as interações entre as espécies que compõem a biodiversidade amazônica. “A gente sabe que a Amazônia tem uma diversidade fantástica e a gente tem que estimular os jovens a pesquisar. Eu acho que o Prêmio vem justamente buscar isso, que o jovem se estimule pela pesquisa na natureza”, afirma Silvia.

Praça Batista Campos - No início do século XIX, época em que a Região Norte viveu a chamada Belle Époque (auge da riqueza adquirida com a exportação da borracha), a Praça Batista Campos era uma propriedade particular conhecida como “Largo da Salvaterra”. Após a morte de sua proprietária, o espaço foi transformado em praça pública. Em 1904 já era uma das mais belas praças da cidade. Em 2005, foi eleita a mais bela praça do país quando ganhou o "Prêmio 100 Mais Brasil", da Revista Seleções. Entre suas principais características, incluem-se o ajardinamento sem grades, plantas ornamentais, córregos, pontes, bancos, caramanchões, chafariz e coretos de ferro.

Websérie – “Os naturalistas do século XXI” foi lançada em setembro de 2011 como uma das estratégias de divulgação da 5ª edição do Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas - PJMA. Produzida com celulares, máquina fotográfica digital e mp4, a série para web conta a trajetória de alguns dos vencedores das quatro primeiras edições do Prêmio. O primeiro episódio, intitulado “Um prêmio em quatro edições”, apresenta o surgimento do PJMA. O segundo, “Uma amiga injustiçada – a vida da coruja Suindara em Belém”, narra como Marco Antonio Souza da Cruz desenvolveu sua pesquisa, vencedora do 2º lugar da categoria ensino médio na segunda edição do Prêmio, em 2005. Ele fez um estudo sobre o comportamento e a nutrição da coruja Suindara, popularmente conhecida como rasga-mortalha em Belém.

O próximo episódio da websérie, produzida pelo Laboratório de Comunicação Móvel do MPEG, será lançado ainda no mês de janeiro no site do Prêmio, e no canal do Museu Goeldi no Youtube.

Prêmio Márcio Ayres – Criado em 2003 como uma iniciativa do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Conservação Internacional – CI Brasil, o Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas realiza sua 5ª edição, que conta com o apoio do projeto Escola da Biodiversidade Amazônica – Ebio, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia. O Prêmio seleciona os melhores trabalhos científicos feitos por estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada do Estado do Pará, que são orientados por um professor orientador. O objetivo é divulgar o tema “biodiversidade amazônica” nas escolas e estimular a iniciação científica na região. O PJMA está com inscrições abertas até 20/08/2012 nas categorias Ensino Fundamental (trabalhos em equipe) e Ensino Médio (trabalhos individuais). Para mais informações sobre inscrições e a programação da 5ª edição, visite o site do Prêmio www.marte.museu-goeldi.br/marcioayres ou envie um e-mail para Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

 

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