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JOSÉ MÁRCIO CORRÊA AYRES  (*1954 - †2003)


Biólogo, especialista em primatas, com atuação marcante em instituições como o Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Wildlife Conservation Society e Ibama, o paraense José Márcio Ayres destacou-se como uma das personalidades brasileiras mais respeitadas e premiadas na área de Conservação da Biodiversidade.

A trajetória profissional de Márcio Ayres foi marcada por dois achados feitos durante sua pós-graduação. No mestrado descobriu seu principal objetivo: criar unidades de conservação em áreas ecologicamente importantes para preservar a biodiversidade brasileira – uma

idéia consolidada no doutorado (na década de 80), quando encontrou as matas de várzea do Mamirauá (norte do Amazonas) e o primata Uacari Branco, uma espécie que se acreditava extinta desde o século XIX. A região, então pouco conhecida cientificamente, estava sob impacto ambiental e o Uacari Branco virou o símbolo de uma campanha de defesa que resultou na criação de uma nova categoria de unidade de conservação e na primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável. A proposta inovou como estratégia de preservação por incluir as populações nativas como parceiras.

José Márcio dirigiu até março de 2003, quando faleceu, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, voltado para a conservação da biodiversidade das florestas alagadas da Amazônia. O instituto tem a responsabilidade de gerir 3.488.899 milhões de hectares das Reservas Mamirauá e Amanã. Ayres conseguiu empolgar com seu sonho cientistas, diversos institutos de pesquisa, o poder público, financiadores e, principalmente, os moradores da área.